Gárgulas MC

Gárgulas Forever Forever Gárgulas

MC e (mc)?

      Se em outros tempos você se apresentasse trajando roupas de couro muitas vezes sujas do pó e da chuva da estrada, com os cabelos longos e a barba por fazer talvez você fosse "barrado no baile", ou classificado como socialmente incapaz para compor a comunidade, seu modo livre de ser seria interpretado como uma afronta aos padrões éticos e morais da época, provavelmente seus direitos como cidadão seriam violados.
Porém o tempo passou a sociedade evoluiu e os filhos daqueles que reprimiam estes "bárbaros cabeludos" e suas motocicletas, passaram a enxergar com outros olhos, talvez com os mesmos olhos dos precursores do motociclismo de estrada, e passaram a tolerar, depois conviver, e mais tarde alguns se tornariam mais um a cultuar o amor a motocicleta e a adorar a indescritível sensação de liberdade que esse estilo de vida proporciona, poder rodar sem compromisso, fazer novos amigos livres de preconceitos, livres de horários, livres da hora do banho e das refeições, livres para ir onde a estrada os levassem na hora que decidissem ir, e com certeza isso deixa uma pontinha de inveja, não é verdade?
E para chegar a esta tão sonhada liberdade, a este estilo de vida, muitos foram ultrajados e na tentativa de se auto-proteger e também para poderem continuar a fazer aquilo que mais lhes proporciona prazer, o que era seu conceito de liberdade, criaram clubes com regras internas, selecionaram seus membros, os quais juram lealdade ao clube e irmãos, lutando para valorizar seu nome e suas cores, e impor respeito ao seu escudo, dentro desse universo foi criado um código de posturas que hoje são as normas internacionalmente reconhecidas por todos os MCs no mundo todo.
E tristemente vemos alguns que acharam isso bonito, “romântico”, e entram para “clubes”, que nasceram recolhendo contribuições muitas vezes de cunho político ou de promoção pessoal e assim vendem seus escudos, para se mostrar um grupo grande e forte, sem imaginar o quanto isso poderá atrapalhar seu futuro, e quando se derem conta será impossível controlar as ações de seus membros. Chegamos a presenciar cenas onde o sujeito se desliga do clube e sequer devolve suas identificações, alegando ”eu comprei eu paguei” ora! isso não é mercadoria, escudo não se compra. E se por um triste acaso alguém se desligar do clube, o escudo, bolacha, insigneas, identificação da moto e tudo mais que tiver relação com o clube deve ser devolvido, pois tudo pertence ao clube. Ao sair solicite uma reunião e exponha seus motivos, resolva todas as suas duvidas e saia de cabeça erguida sem deixar pendências com o clube e seus sócios.

      Assim existem hoje muitos “clubes” que se confundem com movimentos passageiros, com atitudes que não são dignas de pessoas ou associações serias, estas atitudes geram comentários entre os participantes, pois assim como existe gente para estes shows gratuitos e inconseqüentes, existe uma platéia do mesmo nível que incentiva este tipo de coisa, por tudo isso pedimos aqueles grupos que usam colete porque está na moda, que vão brincar de outra coisa, pois aos olhos do cidadão comum que não está envolvido no mundo da motocicleta, qualquer um que ande de moto usando um colete com um escudo nas costas faz parte desta baderna, que infelizmente ainda presenciamos. É claro que tem muita gente boa e tem muito moto-clube organizado ou que vem buscando conhecimento e organização, dignos dos maiores elogios, mas é justo em nome destes que dirigimos nosso protesto.
Neste universo existem ainda aqueles que cultuam o respeito ao escudo e sabedores de que suas atitudes serão observadas, fazem por merecer a avaliação para graduação até o fechamento do escudo, avaliação esta onde não interessa somente o rodar, mas também o caráter e a personalidade de um homem responsável pelas conseqüências de seus atos, e que não tenha a necessidade de se esconder atrás do álcool e das drogas para justificar suas ações, e que usando ou não seu escudo não envergonhe seus irmãos, afinal escudo não se ganha nem se compra, escudo se conquista, com posturas e atitudes dignas aos olhos dos demais escudados, é bom também que o ingressante não se esqueça que está pleiteando sua participação em algo que já existe, que tem identidade própria, regulamentos e filosofia e esta essência deve se manter, e cabe ao postulante se submeter e se adaptar.

      Por isso muitos grupos recorrem a violência para fazer valer o respeito as suas cores, e quando visitamos eventos organizados por clubes mais antigos, chegamos a presenciar atitudes violentas para conter esses indesejados com suas provocações e gracinhas, com isso não queremos nos igualar, sequer concordamos com a truculência, mas este foi uma forma que eles encontraram para fazer valer o respeito a sua filosofia e as cores de seu escudo.
Existem MCs que justificam e corretamente, que o que importa é a qualidade e não a quantidade de seus integrantes, clubes que tem a paciência de pesquisar um nome decente que os identifique, criar e não copiar um escudo e suas cores, registrar seu estatuto com normas internas, registrar a marca nos órgãos competentes como propriedade do clube, regras de conduta, hierarquia e com isso mostrar o lado positivo, o que está longe de ser um modismo mas sim uma filosofia.
Vendo por este lado muitos moto-clubes e alguns motociclistas independentes se afastam das concentrações e dão preferência as viagens onde não haja encontros, e partem para pequenas reuniões para falar de motocicletas, viagens, rever amigos e bases onde rola uma cerveja ao som de blues e rock, e assim esperar que esse modismo passe para assumir o seu lugar nesse universo.
      O que estamos passando ao leitor é um pequeno protesto, para justificar o lado contestador da contra cultura, do que foi no passado um clube de motocicletas e quem sabe, dependendo do interesse pelo assunto, mostrar por outro ângulo como todos deveriam se portar nesse meio.

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